Amor.
Todo ano que se inicia voltamos as velhas e novas listas, aos antigos desejos, fazemos aquele balanço maroto do ano e tudo mais. Não tem como não fazer. Afinal, por onde olhamos existe a promessa de que tudo será maravilhoso no ano que virá, não tem como não ser...As propagandas de TV dão vontade de chorar de tão esperançosas, é todo mundo tão feliz que você até se sente meio mal por imaginar, por um minutinho só, que talvez não seja bem assim.
Papo deprê de fim de ano?
Nãoooooo!
Não mesmo!
Eu sou o tipo de pessoa que recomeça as coisas com um novo caderno, pense!
Gosto de ciclos, datas, números novos e acredito no poder de renovação de um lápis novinho ♥
Mas não sou ingênua e sei que a mudança vem de algo muito mais profundo e denso e por isso, este post não vem acompanhado da vinheta de final de ano da Globo. =P
Para que todas essas mudanças maravilhosas aconteçam, na nossa vida e no mundo, é preciso repensar nossa maneira de agir. O que aceitamos? Por que rejeitamos? Deixamos assim? Deixamos passar? Apostamos? Investimos? Precisamos comprar? Ter? Ser?
Falo de um todo, de política, de sociedade, de educação, das relações, de ecologia...de tudo mesmo. Refletir sobre as coisas, os acontecimentos é o início de uma grande transformação, acredito eu, mas claro, é um exercício, diário, cotidiano e difícil.
Talvez o primeiro passo seja tolerância. Aceitar que o outro pense diferente já é um grande avanço! Vendo as atrocidades que aconteceram só neste ano que acaba, não posso desejar outra coisa para a humanidade que não tolerância. E ser tolerante é ter amor. Amor mesmo. Tô clichê! =/
Não amor de romance, beijinho e mimimi (Isso também) mas aquele amor pela vida, pelos seres, todos eles.
Aí lembrei de um texto do Drummond que ele escreveu quando Chico Buarque lançou a música "A banda" em 1966, é lindinho e separei dois trechos para colocar aqui porque ele fala bem sobre essa coisa de amor =)
" Pois de amor andamos todos precisados, em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir para a frente. Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais que estamos vivendo ou presenciando."
"Coisas de amor são finezas que se oferecem a qualquer um que saiba cultivá-las, distribuí-las, começando por querer que elas floresçam. E não se limitam ao jardinzinho particular de afetos que cobre a área de nossa vida particular: abrange terreno infinito, nas relações humanas, no país como entidade social, carente de amor, no universo-mundo (...)"
Carlos Drummond de Andrade
Deixo pra vocês o desejo de um jardinzinho cheio de esperança e coisas de amor em 2013.
A aventura continua...
Até =***
[Faça boa arte]
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