segunda-feira, 24 de setembro de 2012

E o Barão?

Sempre gostei de desenhar e ler. 
Desde que me entendo por gente, com esses dois, fiz amigos, aprendi e criava mundos sem fim.
Continuei desenhando por toda minha infância e adolescência. Nunca fiz um curso de verdade antes de entrar na universidade em 2003 (e isso deve explicar minha terrível perspectiva =P). Mas a arte sempre se fez presente!
Um dos desenhos mais antigos que encontrei. Eu tinha 5 anos.
Esta é Teodora, 24 anos! Hahahaha!
Roupa de época, olha só! Aos 17 anos.




















Lá pelos 15 anos, desenhava muito, muitas roupinhas e meninas ( estes desenhos de 97 e 2000 acima) e também copiava de revistas, não o realismo, longe disso! Mas posições do corpo e expressões.Aí conheci uma professora no condomínio e ela me passou primeiras noções que foram muito importantes. Fui aprender um pouco de técnica no Curso de Artes Plásticas da UFPR.

Cópia de revista, 1 ano antes de entrar na faculdade.

Cópia de revista, 1 ano antes de entrar na faculdade.

Desenho da 1º Oficina  de cartum que participei na UFPR. ( e não! Não acho arte conceitual um lixo, é só brincadeira!)
Pense numa infinidade de técnicas, materiais, artistas, história, e gente boa desenhando! Coisas que nunca tinha nem visto!!! No 1º ano de curso já notava uma diferença no meu desenho muito grande e descobria novos materiais. Mas o curso era também de licenciatura, então a partir daí foram anos em sala de aula, com altos e baixos, coisas muito boas e outras nem tanto, fazer o quê?! Enfim...


De qualquer maneira, tanto o desenho, quanto a literatura sempre estiveram ao meu lado, nunca me abandonaram, (talvez eu não tenha sido tão fiel) e nas horas de sufoco era neles que eu encontrava paz (mimimi).

Numa dessa de sufoco, um dia na biblioteca peguei um livro de um autor que eu já conhecia, o Italo Calvino, "O barão nas árvores" ( Il barone rampante), minha edição é de 1991. Com certeza ele faz parte do meu top-five de livros da vida.
A história é sobre Cosme Chuvasco de Rondó, ou o Mimo, o primogênito de uma família tentando manter a nobreza, que no dia 15 de junho de 1767, revolta-se com o pai e cansado das frescuras da nobreza corre pelo jardim e sobe nas árvores para de lá nunca mais descer. A história toda é contada do ponto de vista do irmão Biágio e em meio aos carvalhos, oliveiras o menino vive todo tipo de aventura, sem nunca mais colocar os pés no chão, brinca, tem um cachorro, conhece os tipos mais variados, se apaixona, faz amigos, lê e troca correspondência com grandes filósofos da época, protege os bosques e participa de grandes acontecimentos, assim como, sabemos das grandes trasnformações da Europa na virada do século XVIII pela história de Cosme.
A leitura é fácil, o texto fala sobre relações humanas, o estranhamento e até política, por quê não? Com um humor requintado, a história é tão dinâmica e visual que você tem a impressão de atravessar os galhos, as folhas e pular de galho em galho com Cosme. Apesar de não ter ilustração, imagino cenas maravilhosas, árvores frondosas, enormes e brilhantes, deve vir daí meu fascínio por árvores e explica também a presença delas e os verdes aqui no blog =) Coloquei o Barão aqui, junto comigo, porque ele é meu elo de ligação com a literatura, afinal, quero ilustrar histórias...e também para que ele sempre me lembre de ver as coisas por outra perspectiva...

O fato é que "Cosme observava o mundo da árvore: qualquer coisa, vista lá de cima, era diferente, e isso já era um divertimento." (pág. 17) 

Eu quero é me divertir com o Barão!
[Faça boa arte]

A música hoje tem tudo a ver com o Barão - A ordem das árvores - Tulipa Ruiz

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